QUANDO A NATURALIDADE SE DESLOCA
KELVIN KOUBIK
A obra parte da intenção do artista em quebrar o ritmo e a ordem dos elementos densos e pesados que constituem as paisagens urbanas. Como naturalidade entendemos a ideia de qualidade, estado e/ou condição e que, na intervenção nos surge como efeito. Lançando mão de um paradoxo que está entre as paisagens: urbana – cinza e densa, e a da natureza, das mais diversas cores que a fauna e a flora apresentam. A garça, traz memórias da capital gaúcha, junto do conjunto de folhagens sobrepostas em alguns planos, abrem espaço ao paradoxal, pois, na parede o que vemos é uma paisagem artificial, trata-se de uma natureza morta, mas, o que está em jogo é o deslocamento do campo das ideias enquanto processo artístico. A natureza, ainda que morta ou artificial, dá vida. Entre as sobreposições dos tons de cinza e as linhas ortogonais dos prédios vemos a pintura nascer com leveza e organicidade, como uma vegetação que brota do solo.
CURIOSIDADE
Em primeiro plano “A GARÇA” transita por todo painel, além disso existem vários recortes (folhas) e gestos que são criados através de programas digitais como Photoshop. A intenção é levar o processo de criação digital, para a grande escala. Repararem nas camadas que a obra tem, passagens de cores dentro da mesma imagem. “Quando a naturalidade se desloca”, é uma obra de muralismo contemporâneo, trazendo processos digitais e novas paisagens dentro de uma pintura tradicional.